Hoje aprendi uma coisa. Algumas pessoas gostam que você pense por elas. Simples assim, ou nem tão simples, mas é assim mesmo. Elas pedem que você pense porque é cansativo, têm preguiça ou porque são apenas grandes pessimistas e no fundo precisam de algum otário para culpar quando falharem. São tão medrosas, que se pensar cansa e dá trabalho, é melhor continuarem sendo mandados para sempre a pensar e tomar uma decisão.
Tudo bem, ninguém é perfeito ou corajoso, mas nem precisa, tem ao menos que tomar vergonha na cara e fazer o que interessa, lutar pelo seu pedaço de pão porque ninguém vai lutar por você. Se tiver medo não demonstre porque isso vai ser usado contra você. Como todo jogo tem suas regras, é melhor usá-las a seu favor do que ser mastigado e cuspido sem saber o que aconteceu e no fim botar a culpa nos outros.
Deus me livre acordar um dia e perceber que fiquei assim, um número sem vontade, uma peça que faz as coisas funcionarem, um merda que não serve nem como adubo, que ocupa espaço e só. E se eu por acaso acordar um dia e ser um desses? O que farei? O que direi?
Acredito que nada demais, por que já terá uma pessoa pensando por mim, tomando as atitudes por mim, respirando por mim, vivendo por mim. Sem cobrar aluguel ou pedir autorização, tal qual um parasita que vive grudado em um animal.
E a questão enfim será, serei esse realmente eu? Me tornei um animal ou sempre fui um deles e me enganava o tempo todo fazendo as mesmas macaquices sem perceber?
Na verdade fui assim por muito tempo. Parecia um cachorrinho com a necessidade de abanar o rabo para todos em busca de algum carinho, algum afeto. Ficava com meus grandes olhos castanhos baixos esperando e esperando e esperando mais. Esse tipo de coisa é incrível. Uma questão de agradar aos outros e não se agradar, fazer pelos outros e não por mim mesmo. Não é uma coisa de egoísmo e sim de amor próprio, se dar valor, mesmo que seja o mínimo e foda-se.
O engraçado é quando você se vira e mostra a grande fileira de dentes que só servia para sorrir e nada mais. Rosna e ameaça, tenta intimidar e mostrar um outro lado. Como um cachorro manso com raiva que ataca a bel prazer. Essa sensação é excelente, cortar as cordas e soltar o que te prende, atacar sem pensar e deixar o animal que sempre foi reprimido agir livremente e mais uma vez mostrar a fileira de dentes não para agradar e sim intimidar. Ah, que sensação maravilhosa, tente um dia você atacar e morder até sangrar e ver como que é, como é bom se libertar.
Ainda tenho a esperança de votar a abanar o rabinho, de sorrir, de amar e não ser o animal que deixei livre. Busco um bom dono que me faça acreditar em tudo o que se vê nas propagandas de televisão e me prenda as cordas novamente, fazendo sentir as mesmas sensações e não mais o prazer de rasgar a carne e deixar o sangue escorrer.
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